A visão de Isaías e seu chamamento - Primeira Igreja Batista em Camocim-CE

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

A visão de Isaías e seu chamamento



1No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. 2Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. 3E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.4 E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos. 6Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;7 E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado. 8Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Isaías 6:7-8








É impressionante como cresce, entre os evangélicos, o discurso de que somos uma geração de adoradores, uma geração que vive para adorar. A cada dia mais cresce o repertório de cânticos que dizem que a melhor coisa do mundo é estar na presença de Deus, que o desejo do coração de cada um é viver em perfeita comunhão e adoração. E isto é maravilhoso, pois o principal mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas – de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento. Entretanto, sem querer escandalizar ninguém, creio que existe um descompasso entre o discurso e a prática. Outro dia alguém me disse que ouviu uma mensagem onde dizia que o diabo armou uma cilada para a igreja atual: fazer os crentes ficarem trancados dentro de suas igrejas cantando, cantando, cantando e se esquecendo do “ide de Jesus”. Será isto verdade? Será que estamos gastando tempo demais ensaiando e deixando de lado as almas perdidas que caminham a passos largos para o inferno? Ou será que estamos nos distraindo com os louvores e nos esquecendo da batalha? Existem várias possibilidades, mas creio que vivemos em tempos parecidos com o do profeta Amós. O povo gostava de ir aos santuários em Betel e Gilgal, todos gostavam de entregar sacrifícios, dízimos... ou seja, gostavam de festa, mas suas vidas não eram compatíveis com a adoração. Eles viviam em pecado, oprimiam e escravizavam os devedores, perseguiam e humilhavam os pobres, participavam de orgias e bebedeiras. No entanto, iam ao santuário para adorar e cantar. É neste contexto que Deus falou através do profeta: “Parem com o barulho de suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas” (Am. 5.23 – BLH). Repito: existe um descompasso entre o nosso discurso e a prática. Philip Yancey, citando David Aikman, diz em seu livro “Para que serve Deus” que quando o cristianismo consegue atingir 10% de um povo, a sociedade inteira pode atingir o ponto de uma virada cultural. Mas não é isso que estamos vendo no Brasil. A cada ano as estatísticas mostram o crescimento da Igreja brasileira, mas não vemos isto refletir em mudança de valores na sociedade. Porém vemos tanta gente indo aos cultos, tanta gente nas celebrações, em congressos... O que acontece é que se perdeu a visão da verdadeira adoração. Adorar não é cantar, cantar, cantar, levantar as mãos, dançar, viver momentos de euforia emocional. Adorar não é simplesmente proferir palavras com algum conteúdo bíblico e recheadas de pensamentos positivos. Talvez não exista outro texto bíblico mais didático sobre a adoração do que Isaias capítulo 6. E muito já foi escrito sobre isso, mas apesar disso, quero retomar o tema. No ano da morte do rei, Isaías entrou no templo e viu o Senhor assentado em um alto e sublime trono. A primeira questão que faço é: será que Isaías nunca tinha entrado no templo antes? E se já havia entrado, será que nunca tinha visto o Senhor? Sejam lá quais forem as respostas, aquele dia foi completo, porque ele abriu seu coração e entendimento para a adoração, pois diante daquela visão da santidade de Deus, sua reação foi reconhecer-se pecador. Nos nossos cultos temos tido muito poucas oportunidades de reconhecermo-nos como pecadores. Temos falado da santidade de Deus, mas não temos percebido esta santidade de fato, pois se entendêssemos toda a dimensão da santidade divina, não poderíamos ter outra reação que não fosse: “Ai de mim que sou pecador”. Foi a partir daquele momento, quando Isaías reconheceu-se pecador e que o Senhor o perdoara é que começa a adoração. Foi naquela hora que o Senhor encontrou espaço para falar na vida do Seu servo. E o que é que Ele falou? “Quem é que vou enviar? Quem será o nosso mensageiro?” (v. 8). A resposta de Isaías todos nós conhecemos: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. A mesma sequência encontramos no texto de João capítulo 4, na conversa de Jesus com a mulher samaritana e em vários outros textos. A conseqüência natural de estar na presença de Deus é sair para servi-lo. Não existe adoração sem compromisso. Não existe adoração sem missões. Por outro lado, não existe missões sem adoração, pois a obra de Deus não cresce sem o auxílio do Senhor (“...sem mim nada podeis fazer” – Jo. 15.5)


É na presença do Senhor que somos desafiados a ir e anunciar o evangelho. É na presença do Senhor onde reconhecemos que sem Ele não somos nada, e que sem Ele nada faremos. É na presença do Senhor que as estratégias surgem e é na presença do Senhor, em adoração, que finalmente entendemos: adoração e missões – TUDO A VER.


Texto retirado da revista “Celebrando Missões” – Autora: Tânia Kammer

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