TEMA → Mordomia
Cristã
TÍTULO → Mordomia da
Salvação
TEXTO → Romanos
8.18-24
TEXTOS
ADICIONAIS → Tt. 2.11-14; Ef. 2.8,9; 1 Tm 1.12-16; Rm
2.16,17; Jo 3.3-16; At
Quebra Gelo – Gosto de servir a Deus e aos outros através...
INTRODUÇÃO
Assim como a queda do homem trouxe maldição
para a terra – “maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3.17) – a salvação do
homem significa a redenção da criação, como lemos em nosso texto básico: “A
criação aguarda com ardente expectativa, a revelação dos filhos de Deus”
(v.19). Ao aceitar a oferta de Deus para a sua salvação, o homem não está apenas
mudando o seu próprio destino na eternidade, mas está aceitando o propósito
integral de Deus para todos os aspectos da sua vida neste mundo e para todo o
seu relacionamento com a totalidade da criação. Ou seja, ele está reassumindo a
sua função original como mordomo de Deus. Não é possível separar a salvação da
mordomia, uma vez que “servir” foi o propósito de Deus na criação do homem e é
esse propósito que a regeneração visa resgatar. “Tomou, pois, o Senhor Deus o
homem, e pôs no jardim do Éden, para o lavrar e guardar” (Gn 2.15). Desse modo,
a primeira responsabilidade do homem para com Deus, para com seu próprio
destino e para com a criação, é aceitar a salvação da sua própria alma,
tornar-se um filho de Deus pelo novo nascimento, para poder ser guiado pelo
Espírito Santo na obra da implantação do reino de Deus na terra.
SALVOS PARA SERVIR A DEUS
Só quem nasce de novo pode ser um mordomo
cristão. Esperar que o homem não regenerado aceite o senhorio de Cristo e
cumpra os propósitos de Deus na terra, como fiel mordomo, seria o mesmo que
tentar moldar o barro seco ou malhar o ferro frio. O homem se tornou o grande
predador da natureza porque a sua própria natureza moral, por sua livre
escolha, foi depredada pelo pecado. Agora, primeiro ele precisa ser curado do
pecado. É preciso que a sua estrutura moral seja restaurada, pra que ele deixe
de ser o destruidor da natureza, da sua própria natureza e, como resultado, de
tudo o mais ao seu redor. Só assim o homem pode se tornar o mordomo da criação,
agente da sua conservação, segundo o eterno propósito de Deus, segundo os
critérios e a essencialidade do amor de Deus. Não há esperança para a terra
fora da redenção do homem.
A mordomia é característica essencial da
natureza do ser humano nascido de novo. Ou seja, enquanto não assumir o seu
papel de fiel mordomo de Deus, o homem não terá demonstrado a efetividade da
sua regeneração. Ninguém pode ser mordomo de Deus sem nascer de novo e ninguém
que é nascido de novo pode deixar de ser mordomo de Deus. A regeneração do
homem pecador não reduz a natureza humana ao espírito, ao contrário, implica
necessariamente a sua natureza física em todos os seus relacionamentos. Somos
salvos para servir a Deus na terra, visando à redenção do homem na totalidade
do seu ser: “E o próprio Deus de paz vos
santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
SALVOS PARA SERVIR INTEGRALMENTE
A teoria gnóstica, de que o espírito é bom e a
matéria é má, embora não tenha qualquer respaldo bíblico, encontra, ainda hoje,
muitos adeptos. São os que pensam que a salvação da alma, que julgam
intrinsecamente boa, não tem qualquer implicação com a matéria, que consideram
má por natureza. São as pessoas que estabelecem uma separação entre sagrado e o
profano, interessando-se somente pelo que julgam ser espiritual. Para essas
pessoas, a salvação nada tem a ver com a “carne” nem com o mundo material,
inclusive, com o corpo humano. A palavra
“carne” nos escritos de Paulo, não se refere à matéria de que é feito o corpo,
mas à mentalidade pecaminosa, que usa o corpo para transgredir os propósitos de
Deus, para pecar (Rm 8.7-9).
Esse pensamento antibíblico, de que o pecado
está na matéria e que tudo os que é material deve ser posto de lado, causa dois
efeitos desastrosos para o ser humano: primeiro, gera frustração. O homem se
priva de usufruir das coisas boas que Deus colocou na terra para o seu bem,
como define Paulo em 1 Tm 4.1-4. A vida na terra se torna frustrante,
repressiva e até inviável. O segundo dano dessa
idéia é a falta entendimento da verdadeira dimensão em que os filhos de
Deus podem servir a Deus como fiéis mordomos, a dimensão de um entrega total
dos seus bens, tanto quanto da sua alma, o que fatalmente atrasa a implantação
do reino de Deus no mundo. Se Deus só está interessado em nosso espírito,
obviamente não se importa com o uso que fazemos do nosso corpo, da nossa casa
com tudo o que nela contém, do carro, do dinheiro, do quintal ou da fazenda.
Para quem assim pensa, Deus se torna Senhor apenas da alma humana, mas a alma
humana não pode sobreviver na terra sem o corpo. Não temos outra forma para
expressar a nossa fé, que é um fato abstrato, espiritual, a não ser,
concretamente, por meio de coisas materiais, que são fruto da graça de Deus em
nossas mãos.
A matéria, em si mesma, não é boa nem má. O
homem é quem, dependendo da sua situação espiritual – perdido ou salvo – dará à
matéria uma utilização má ou boa. Tudo o que criou, “viu Deus que era bom”. Por
isso, Deus não quer apenas a metade do nosso ser. Ele nos quer por inteiro. Tudo
o que somos, tudo o que temos, tudo deve estar no altar, para servir a Deus a
fim de resgatar para o propósito de Deus a totalidade da criação.
SALVOS PARA SERVIR NO REINO
Jesus diz a Nicodemos: “Se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). No versículo 16, Jesus diz o
motivo por que o modo como alguém pode nascer de novo de entrar no reino de
Deus: “Deus amou o mundo”.
O
motivo é o amor de Deus. O modo como Deus demonstrou o seu amor foi dando seu
Filho unigênito. O modo como o ser humano pode receber a dádiva do amor de Deus
e não perecer, é pela fé em Jesus. “Para que todo aquele que nele crê”.
Mas,
qual é a extensão da palavra “mundo”, kosmos,
no grego, objeto do amor de Deus? Será a pessoa humana isolada de todo o seu
contexto vivencial, ou será o homem integral, tudo o que ele é, pode e possui
em suas mãos? A redenção da alma humana redime toda a criação que Deus entregou
ao homem para tomar conta.
Por amor à humanidade, Deus quer estender o
seu reino, o seu domínio, a toda a criação. Deus quer restabelecer, por meio do
evangelho, a centralidade da sua Palavra (verbo – Jo 1.1) no controle moral do
mundo. Dessa obra redentora integral, o cristão deve ser um agente responsável,
criativo, dinâmico. Isso é mordomia cristã. Você é um agente do reino de Deus,
a serviço do Rei em regime de dedicação total. Tem você essa consciência?
Então, você tem a consciência de um fiel mordomo cristão. A implantação do Reino
de Deus na terra começa pela salvação espiritual do homem, mas, por causa do
homem, abrange toda a criação. Essa é uma obra grande demais, séria demais,
custou para Deus um preço alto demais, para que tenhamos a pretensão de poder
realizá-la com menos do que a totalidade do que temos e somos.
SALVOS PARA SERVIR ATÉ OS COFINS DA
TERRA
Em Filipenses 2.12, 13 lemos: “Efetuai a vossa
salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós, tanto o querer
como o efetuar”. No versículo 12, “efetuar” traz o sentido de acabar, realizar
por completo, trabalhar continuamente para completar a obra. Graças a Deus, o
sucesso não limita o ideal do cristão. Para si mesmo, basta-lhe o suficiente
para as suas necessidades. Para o reino de Deus, não há limites. A iniciativa é
de Deus, o poder é de Deus, a glória é de Deus, mas cabe ao crente tornar
efetiva até a perfeição, a sua salvação e isso é mordomia cristã.
A nossa cosmovisão determina o nosso
comportamento. Quando diz: “Levantai os vossos olhos e vede os campos, que já
estão brancos para a ceifa” (Jo 4.35), Jesus está falando a mim e a você, está
demonstrando sua compaixão pela visão dos seus discípulos tanto quanto pelos
campos brancos para a ceifa. Nunca os campos estiveram tão brancos para a ceifa
e nunca os olhos dos cristãos estiveram tão voltados para baixo. Nunca uma
geração de cristãos teve tantos recursos e tantas oportunidades para cobrir
todas as nações com a mensagem de Cristo e nunca o mundo esteve tão receptivo à
pregação do evangelho, mas nunca as igrejas estiveram tão voltadas pra dentro
de si mesmas.
SALVOS PARA SERVIR POR AMOR
Foi por amor que Jesus pagou a culpa dos
nossos pecados na cruz. O amor de Deus é a causa e a essência da nossa
fidelidade na mordomia para com Deus. Somos fiéis a Deus porque Deus nos ama e
porque, reconhecendo o seu amor, nós o amamos e também amamos àqueles a quem
ele ama. Ao sermos fiéis mordomos de Deus, não estamos fazendo nenhum favor a
Deus. Nada do que possamos dar a Deus, nossa própria vida, poderá pagar o que
Deus fez por nós. Essa é a nossa consciência como mordomos de Jesus. Em Jo
3.16, a expressão traduzida em português por “de tal maneira que” é outos, um advérbio de modo. Assim, esse
advérbio indica o modo como Deus mostrou seu amor. O que o texto diz é que “O
modo como Deus demonstrou o seu amor foi dando o seu Filho unigênito”. Deus não
poderia amar o mundo menos do que amou porque o amor em Deus é absoluto, como
todas as virtudes da sua perfeição, como diz o professor Randolph Yeager no seu
comentário. O homem pode ter um amor maior ou menor e, por isso, interpreta “de
tal maneira” como sendo a forma superlativa do amor de Deus, mas a graça de
Deus é absoluta e eterna. Foi essa graça incomensurável que nos salvou e fez de
nós novas criaturas para podermos voltar a ser mordomos de Deus como estava no
projeto original do Criador para nós.
CONCLUSÃO
Na prática, podemos participar da implantação
do reino de Deus no mundo de diversas maneiras: 1) Pelo nosso testemunho
pessoal de vida e pela nossa palavra no lar, na escola, no trabalho, na
sociedade; 2)Pelo nosso trabalho como membros do corpo de Cristo,
esforçando-nos para que as tarefas evangelísticas da Igreja alcancem resultados
otimizados pelo Espírito; 3) Pela nossa fidelidade nos dízimos e generosidade
nas ofertas missionárias para que os missionários alcancem cada vez mais
pessoas com a mensagem de salvação; 4) Pela distribuição de Bíblias visando à
evangelização; 5) Pela ação social em favor dos necessitados em nome de Cristo;
6) Pela utilização dos nossos dons e talentos em nossas profissões, segundo a
ética de Jesus.
PERGUNTAS PARA REVISÃO DO ESTUDO
1. Complete:
Ao aceitar a oferta de Deus para a sua salvação, o homem está
reassumindo______________________
2. A teoria
de que o espiritual é bom e o material é maligno, causa dois prejuízos. Quais
são?
3. Por que
cada pessoa precisa crer em Cristo e nascer de novo?
Fonte:
SOBRINHO, João Falcão. Tudo é Vosso – 2013. Estudo 2 – Mordomia da Salvação,
pag. 19 a25.
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