Mordomia da Salvação - Primeira Igreja Batista em Camocim-CE

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Mordomia da Salvação

TEMA → Mordomia Cristã



TÍTULO → Mordomia da Salvação

TEXTO → Romanos 8.18-24
TEXTOS ADICIONAIS → Tt. 2.11-14; Ef. 2.8,9; 1 Tm 1.12-16; Rm 2.16,17; Jo 3.3-16; At


Quebra Gelo – Gosto de servir a Deus e aos outros através...


INTRODUÇÃO
Assim como a queda do homem trouxe maldição para a terra – “maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3.17) – a salvação do homem significa a redenção da criação, como lemos em nosso texto básico: “A criação aguarda com ardente expectativa, a revelação dos filhos de Deus” (v.19). Ao aceitar a oferta de Deus para a sua salvação, o homem não está apenas mudando o seu próprio destino na eternidade, mas está aceitando o propósito integral de Deus para todos os aspectos da sua vida neste mundo e para todo o seu relacionamento com a totalidade da criação. Ou seja, ele está reassumindo a sua função original como mordomo de Deus. Não é possível separar a salvação da mordomia, uma vez que “servir” foi o propósito de Deus na criação do homem e é esse propósito que a regeneração visa resgatar. “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e pôs no jardim do Éden, para o lavrar e guardar” (Gn 2.15). Desse modo, a primeira responsabilidade do homem para com Deus, para com seu próprio destino e para com a criação, é aceitar a salvação da sua própria alma, tornar-se um filho de Deus pelo novo nascimento, para poder ser guiado pelo Espírito Santo na obra da implantação do reino de Deus na terra.
SALVOS PARA SERVIR A DEUS
Só quem nasce de novo pode ser um mordomo cristão. Esperar que o homem não regenerado aceite o senhorio de Cristo e cumpra os propósitos de Deus na terra, como fiel mordomo, seria o mesmo que tentar moldar o barro seco ou malhar o ferro frio. O homem se tornou o grande predador da natureza porque a sua própria natureza moral, por sua livre escolha, foi depredada pelo pecado. Agora, primeiro ele precisa ser curado do pecado. É preciso que a sua estrutura moral seja restaurada, pra que ele deixe de ser o destruidor da natureza, da sua própria natureza e, como resultado, de tudo o mais ao seu redor. Só assim o homem pode se tornar o mordomo da criação, agente da sua conservação, segundo o eterno propósito de Deus, segundo os critérios e a essencialidade do amor de Deus. Não há esperança para a terra fora da redenção do homem.
A mordomia é característica essencial da natureza do ser humano nascido de novo. Ou seja, enquanto não assumir o seu papel de fiel mordomo de Deus, o homem não terá demonstrado a efetividade da sua regeneração. Ninguém pode ser mordomo de Deus sem nascer de novo e ninguém que é nascido de novo pode deixar de ser mordomo de Deus. A regeneração do homem pecador não reduz a natureza humana ao espírito, ao contrário, implica necessariamente a sua natureza física em todos os seus relacionamentos. Somos salvos para servir a Deus na terra, visando à redenção do homem na totalidade do seu ser: “E  o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
SALVOS PARA SERVIR INTEGRALMENTE
A teoria gnóstica, de que o espírito é bom e a matéria é má, embora não tenha qualquer respaldo bíblico, encontra, ainda hoje, muitos adeptos. São os que pensam que a salvação da alma, que julgam intrinsecamente boa, não tem qualquer implicação com a matéria, que consideram má por natureza. São as pessoas que estabelecem uma separação entre sagrado e o profano, interessando-se somente pelo que julgam ser espiritual. Para essas pessoas, a salvação nada tem a ver com a “carne” nem com o mundo material, inclusive, com o corpo humano. A  palavra “carne” nos escritos de Paulo, não se refere à matéria de que é feito o corpo, mas à mentalidade pecaminosa, que usa o corpo para transgredir os propósitos de Deus, para pecar (Rm 8.7-9).
Esse pensamento antibíblico, de que o pecado está na matéria e que tudo os que é material deve ser posto de lado, causa dois efeitos desastrosos para o ser humano: primeiro, gera frustração. O homem se priva de usufruir das coisas boas que Deus colocou na terra para o seu bem, como define Paulo em 1 Tm 4.1-4. A vida na terra se torna frustrante, repressiva e até inviável. O segundo dano dessa  idéia é a falta entendimento da verdadeira dimensão em que os filhos de Deus podem servir a Deus como fiéis mordomos, a dimensão de um entrega total dos seus bens, tanto quanto da sua alma, o que fatalmente atrasa a implantação do reino de Deus no mundo. Se Deus só está interessado em nosso espírito, obviamente não se importa com o uso que fazemos do nosso corpo, da nossa casa com tudo o que nela contém, do carro, do dinheiro, do quintal ou da fazenda. Para quem assim pensa, Deus se torna Senhor apenas da alma humana, mas a alma humana não pode sobreviver na terra sem o corpo. Não temos outra forma para expressar a nossa fé, que é um fato abstrato, espiritual, a não ser, concretamente, por meio de coisas materiais, que são fruto da graça de Deus em nossas mãos.
A matéria, em si mesma, não é boa nem má. O homem é quem, dependendo da sua situação espiritual – perdido ou salvo – dará à matéria uma utilização má ou boa. Tudo o que criou, “viu Deus que era bom”. Por isso, Deus não quer apenas a metade do nosso ser. Ele nos quer por inteiro. Tudo o que somos, tudo o que temos, tudo deve estar no altar, para servir a Deus a fim de resgatar para o propósito de Deus a totalidade da criação.
SALVOS PARA SERVIR NO REINO
Jesus diz a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). No versículo 16, Jesus diz o motivo por que o modo como alguém pode nascer de novo de entrar no reino de Deus: “Deus amou o mundo”.
O motivo é o amor de Deus. O modo como Deus demonstrou o seu amor foi dando seu Filho unigênito. O modo como o ser humano pode receber a dádiva do amor de Deus e não perecer, é pela fé em Jesus. “Para que todo aquele que nele crê”.
Mas, qual é a extensão da palavra “mundo”, kosmos, no grego, objeto do amor de Deus? Será a pessoa humana isolada de todo o seu contexto vivencial, ou será o homem integral, tudo o que ele é, pode e possui em suas mãos? A redenção da alma humana redime toda a criação que Deus entregou ao homem para tomar conta.


Por amor à humanidade, Deus quer estender o seu reino, o seu domínio, a toda a criação. Deus quer restabelecer, por meio do evangelho, a centralidade da sua Palavra (verbo – Jo 1.1) no controle moral do mundo. Dessa obra redentora integral, o cristão deve ser um agente responsável, criativo, dinâmico. Isso é mordomia cristã. Você é um agente do reino de Deus, a serviço do Rei em regime de dedicação total. Tem você essa consciência? Então, você tem a consciência de um fiel mordomo cristão. A implantação do Reino de Deus na terra começa pela salvação espiritual do homem, mas, por causa do homem, abrange toda a criação. Essa é uma obra grande demais, séria demais, custou para Deus um preço alto demais, para que tenhamos a pretensão de poder realizá-la com menos do que a totalidade do que temos e somos.
SALVOS PARA SERVIR ATÉ OS COFINS DA TERRA
Em Filipenses 2.12, 13 lemos: “Efetuai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós, tanto o querer como o efetuar”. No versículo 12, “efetuar” traz o sentido de acabar, realizar por completo, trabalhar continuamente para completar a obra. Graças a Deus, o sucesso não limita o ideal do cristão. Para si mesmo, basta-lhe o suficiente para as suas necessidades. Para o reino de Deus, não há limites. A iniciativa é de Deus, o poder é de Deus, a glória é de Deus, mas cabe ao crente tornar efetiva até a perfeição, a sua salvação e isso é mordomia cristã.
A nossa cosmovisão determina o nosso comportamento. Quando diz: “Levantai os vossos olhos e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa” (Jo 4.35), Jesus está falando a mim e a você, está demonstrando sua compaixão pela visão dos seus discípulos tanto quanto pelos campos brancos para a ceifa. Nunca os campos estiveram tão brancos para a ceifa e nunca os olhos dos cristãos estiveram tão voltados para baixo. Nunca uma geração de cristãos teve tantos recursos e tantas oportunidades para cobrir todas as nações com a mensagem de Cristo e nunca o mundo esteve tão receptivo à pregação do evangelho, mas nunca as igrejas estiveram tão voltadas pra dentro de si mesmas. 
SALVOS PARA SERVIR POR AMOR
Foi por amor que Jesus pagou a culpa dos nossos pecados na cruz. O amor de Deus é a causa e a essência da nossa fidelidade na mordomia para com Deus. Somos fiéis a Deus porque Deus nos ama e porque, reconhecendo o seu amor, nós o amamos e também amamos àqueles a quem ele ama. Ao sermos fiéis mordomos de Deus, não estamos fazendo nenhum favor a Deus. Nada do que possamos dar a Deus, nossa própria vida, poderá pagar o que Deus fez por nós. Essa é a nossa consciência como mordomos de Jesus. Em Jo 3.16, a expressão traduzida em português por “de tal maneira que” é outos, um advérbio de modo. Assim, esse advérbio indica o modo como Deus mostrou seu amor. O que o texto diz é que “O modo como Deus demonstrou o seu amor foi dando o seu Filho unigênito”. Deus não poderia amar o mundo menos do que amou porque o amor em Deus é absoluto, como todas as virtudes da sua perfeição, como diz o professor Randolph Yeager no seu comentário. O homem pode ter um amor maior ou menor e, por isso, interpreta “de tal maneira” como sendo a forma superlativa do amor de Deus, mas a graça de Deus é absoluta e eterna. Foi essa graça incomensurável que nos salvou e fez de nós novas criaturas para podermos voltar a ser mordomos de Deus como estava no projeto original do Criador para nós.

CONCLUSÃO
Na prática, podemos participar da implantação do reino de Deus no mundo de diversas maneiras: 1) Pelo nosso testemunho pessoal de vida e pela nossa palavra no lar, na escola, no trabalho, na sociedade; 2)Pelo nosso trabalho como membros do corpo de Cristo, esforçando-nos para que as tarefas evangelísticas da Igreja alcancem resultados otimizados pelo Espírito; 3) Pela nossa fidelidade nos dízimos e generosidade nas ofertas missionárias para que os missionários alcancem cada vez mais pessoas com a mensagem de salvação; 4) Pela distribuição de Bíblias visando à evangelização; 5) Pela ação social em favor dos necessitados em nome de Cristo; 6) Pela utilização dos nossos dons e talentos em nossas profissões, segundo a ética de Jesus.
PERGUNTAS PARA REVISÃO DO ESTUDO
1.       Complete: Ao aceitar a oferta de Deus para a sua salvação, o homem está reassumindo______________________
2.       A teoria de que o espiritual é bom e o material é maligno, causa dois prejuízos. Quais são?
3.       Por que cada pessoa precisa crer em Cristo e nascer de novo?


Fonte: SOBRINHO, João Falcão. Tudo é Vosso – 2013. Estudo 2 – Mordomia da Salvação, pag. 19 a25.


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