O Dízimo
Texto
Básico: Malaquias 3.10
INTRODUÇÃO
A OFERTA DA VIÚVA – “ E estando Jesus assentado defronte da arca do
tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do
tesouro; e muitos ricos deixavam muito.”
Vindo, porém, uma pobre viúva, deixou duas pequenas moedas, que valiam
cinco réis. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que
esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza,
deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Mc 12.41-44). É certo que o
ministério de Cristo foi dominado por um sentido de urgência: “a noite vem,
quando ninguém pode trabalhar”. Mas hei-lo assentado diante da arca do tesouro.
Não se limita a um relance casual de vista: assenta-se. Observa como o povo
traz o dinheiro à igreja. Verifica quanto cada um dá. Compara a oferta com os
haveres do ofertante. Chama os discípulos (que talvez não se estivesse
dedicando a observar coisa tão secundária: dinheiro). Ensina-lhes qual
princípio rege a avaliação da oferta.
Nem sempre dinheiro é coisa secundária aos olhos de Cristo; vale, ou
não, conforme represente – ou não – real sacrifício para quem o dedica a Deus
uma importância que não lhe faria falta – um sobejo – não dá grande coisa.
Pouco importa qual o montante em algarismos. Mas se alguém tira seu próprio
sustento para o serviço de Deus, dá oferta que Cristo julga valiosíssima.
Que valiam os cinco réis da viúva? Nada. Mas o pão que ela deixou de
comprar, para poder dar ao Senhor sua oferta, esse valia muito. Cristo ainda
observa os fiéis, quando trazem ofertas, e a cada oferta atribui seu valor.
Quanto maior falta nos fizer o que dedicamos ao Senhor, tanto mais valioso será
para ele.
Foi a compreensão deste princípio que levou o rei Davi a exclamar: “eu
não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada” (2 Sm
24.24).
1. ORIENTAÇÃO
APOSTÓLICA – 2 Co 9.1-15. Paulo orienta a igreja para o levantamento de uma
coleta: v.5 “Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos para que
primeiro fossem ter convosco, e preparassem d’antemão a vossa benção, já antes
anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não como avareza. E digo isto:
Que o que semeia pouco, pouco também ceifará.”
EXPOSIÇÃO
1. O DÍZIMO – CONTRIBUIÇÃO DE ALEGRIA – V.7
“Cada um contribua segundo propôs em seu coração não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama o que dá com alegria”.
v.10
“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também
multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.
Da contribuição financeira depende nossa vida espiritual. Não é a
igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que precisamos de
trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende disso. Quem semeia
pouco, pouco também ceifará. Ceifará o que? Dinheiro? Não: frutos de justiça.
Veja o verso 10. Isto é, quando a oferta é grande os frutos da justiça se
multiplicam na vida do ofertante. (Não se esqueça de que a medida de grandeza
para a oferta é aquela dada por Cristo no caso da viúva pobre).
Deus ama ao que dá com alegria. Então, subornaremos Deus com dinheiro?
Ou com dinheiro compraremos ingresso na Eternidade? Tolice. Quem é ingênuo a
ponto de pensar que o Senhor da Glória, de quem é todo o ouro e toda a prata,
se deixará mover pelo som do metal ou pelo tatalar de cédulas recém (e
abundantemente) fabricadas? Mas Deus ama ao que dá com alegria. Não diz que
Deus ama o que foi dado, mas a pessoa que deu. Deus ama ao que dá. Ao que dá
com alegria. Não se refere à alegria um tanto astuta de não ser obrigado a dar
mais, mas à alegria de ter podido dar tanto. Está para encontrar-se a pessoa
que, dando com alegria, dá pouco.
2. O DÍZIMO EM RELAÇÃO A CRISTO E
MELQUIZEDEQUE
2.1. Melquizedeque – Gênesis 14:18-20,
Abraão dá o dízimo a Melquizedeque: “E
Melquizedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus
altíssimo. E abençoou-o, e disse: bendito seja Abraão do Deus altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus altíssimo, que entregou os
teus inimigos nas tuas mãos. E (Abraão) deu-lhe o dízimo de tudo”.(Ed. Ver. E
Corrigida de Almeida).
Quando
foi que Abraão deu a Melquizedeque o dízimo de tudo? Sob a lei de Moisés? Claro
que não. Abraão viveu pela fé e pela fé foi justificado. É o pai dos que crêem.
Mas, pelo que parece, o dízimo fazia parte normal de suas relações com Deus, e
ao encontrar um sacerdote legítimo deu-lhe o dízimo de tudo.
Hebreus
7, interpretação do sacerdócio de Melquizedeque: v.4 “Considerai pois quão
grande era este a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.”
v.8 “E
aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém aquele de quem se
testifica que vive.”
2.2. Cristo – v.17 “Porque dele
(Cristo) assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de
Melquizedeque.”
O verso
4 mostra que no caso do dízimo de Abraão uma coisa é certa; a importância do
sacerdócio de Melquizedeque. Este era o tipo de Cristo. Seu sacerdote era da
ordem do sacerdócio de Cristo. Em Melquizedeque, quem realmente recebia o
dízimo era a ordem sacerdotal que se alicerçava em Cristo, e da presença de
Cristo derivava sua superioridade. Quem foi de fato honrado naquela ocasião
tomou dízimo aquele de quem se testifica que vive. Ao dar o dízimo a
Melquizedeque, Abraão não estava honrando o individuo historicamente obscuro,
mas seu sacerdócio. E desse Sacerdócio Cristo é a consumação. Ao dar seus
dízimos Abraão realmente honrava Cristo, sacerdote e rei eterno.
3.
VALIDADE
PERMANENTE DO DÍZIMO – É certo que, mudando-se o sacerdócio, muda-se a lei.
Mas nosso sacerdócio não foi mudado. Abraão deu dízimo a Melquizedeque, e nós
somos representados diante de Deus pelo sacerdote eterno da ordem de
Melquizedeque, Cristo. Portanto permanece o dízimo como parte de nossas
relações com Ele.
Em
Lucas 11.42, Jesus censura os escribas e os fariseus: “Mas ai de vós, fariseus,
que dizimais a hortelã, e a arruda e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o
amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras”.
Não os
censura por darem o dízimo, mas por julgarem que o dízimo substitui a base real
das relações com Deus. Sem o amor de Deus o dízimo não somente é, inútil, mas
pode tornar-se nocivo, criando na alma o sentimento de suficiência e satisfação
enganosa que poderá perdê-la. É indispensável, como ponto de partida de nossas
relações com Deus, uma regeneração. Ninguém se iluda: o reino de Deus não se
edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não
devemos deixar de dar o dízimo. É o que Cristo diz. Malaquias 3.10. Deus manda
trazer todos os dízimos à sua Casa.
4.
DÍZIMO
– ATO DE FÉ – É claro que dízimo é ato de fé. A um povo empobrecido, cuja
pobreza estava mal dividida, havendo alguns na opulência e muitos na miséria,
Deus manda que, para começar, tragam o dízimo. Primeiro, mantimento na Casa do
Senhor. Depois... , depois, esperar em Deus. O que ganhavam não lhes bastava
para o sustento. Pois bem, então tirassem a décima parte e a trouxessem ao
Senhor. Na casa deles não havia mantimento bastante e o Senhor queria
mantimento na casa dele primeiro. Antes, era insuficiente. Agora, dizimada a
insuficiência, ou Deus lhes daria mais ou passavam fome. Ou crêem na Palavra
divina e trazem o dízimo, ou não crêem. Tinham de arriscar em Deus o próprio
sustento. Matéria de fé em Deus, pura e simples.
Você
me dirá que para algumas pessoas já o dízimo não é parte do sustento, mas sobra
perfeitamente. Leve-os até a arca do tesouro, assente-os ao lado de Cristo para
ouvirem a avaliação de Cristo. Mas trate de seu caso, meu leitor. O dízimo,
para você é sacrifício? Seu ordenado é insuficiente? Há doenças em casa, ou
parentes a sustentar? Pois então comece pelo dízimo, como ato de fé na
providência divina. Leve os seus dízimos à igreja onde você adora a Deus.
5.
ADMINISTRAÇÃO
DO DÍZIMO – Todos os dízimos à casa do tesouro. Era esta um anexo do
Templo, aonde levavam dízimos e ofertas. Não se encontra na Bíblia uma
categoria criada por nós: a do fiel que administra seu próprio dízimo. Todo o
dízimo deve ser levado à Casa de Deus onde damos adoração. É parte dessa
adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num hospital, nem escrevemos a
oração para que a leiam num orfanato: damos a Deus adoração integral em sua
casa. Nada impede que façamos outras ofertas além do dízimo e as destinemos às
causas que nos comovem. Mas o dízimo é para manutenção do culto, e parte do
culto que devemos a Deus. Ninguém pode ser cristão avulso. Se havemos de
administrar o dízimo, administraremo-lo com nossos irmãos, na igreja, participando
das assembléias e das eleições.
CONCLUSÃO
O
dízimo, pois, é ato de fé, e parte do culto. Quando o pára-quedista salta no
espaço, só poderá fazê-lo com o pára-quedas fechado. Este se abre depois,
quando o corpo já se despenhou.
O
homem que pretende abrir primeiro seu pára-quedas no avião, e saltar com ele
aberto, terá de procurar outra profissão. Se você pretende ter relações com Deus,
terá de confiar nele e em sua Palavra. Se não confiar, procure outro deus. O
nosso exige fé da parte daqueles que o buscam. Pois meu leitor, aceite o
convite de Deus para uma experiência: faça prova de Deus; comece a dar hoje
mesmo todo o dízimo à sua igreja. Atire-se no espaço. É certo que nosso Deus é
honesto e digno de confiança. Até ao dia presente não se conhece caso de pessoa
que confiasse Nele e fosse por Ele abandonada.
E
assim, trazido ao Senhor como expressão de fé em sua providência um dinheiro
que para nós e nossa família é pão, vestuário e teto, mas que com alegria
trazemos à Casa de Deus, adorando a Cristo, nosso sacerdote eterno – dízimo
será para nós bênção, e não avareza.
PONTOS PRA DISCUTIR
1 – O que é importante em nossa oferta?
2 – Eu devo administrar o dízimo?
3 – O dízimo é imposto ou ato de culto?
Fonte: Lição 04 da
Revista Educação Cristã volume IV - SOCEP – pág. 14 à 17
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