GP - O Dízimo - Primeira Igreja Batista em Camocim-CE

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

GP - O Dízimo


O Dízimo

Texto Básico:  Malaquias 3.10


INTRODUÇÃO

A OFERTA DA VIÚVA – “ E estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deixavam muito.”
Vindo, porém, uma pobre viúva, deixou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Mc 12.41-44). É certo que o ministério de Cristo foi dominado por um sentido de urgência: “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. Mas hei-lo assentado diante da arca do tesouro. Não se limita a um relance casual de vista: assenta-se. Observa como o povo traz o dinheiro à igreja. Verifica quanto cada um dá. Compara a oferta com os haveres do ofertante. Chama os discípulos (que talvez não se estivesse dedicando a observar coisa tão secundária: dinheiro). Ensina-lhes qual princípio rege a avaliação da oferta.
Nem sempre dinheiro é coisa secundária aos olhos de Cristo; vale, ou não, conforme represente – ou não – real sacrifício para quem o dedica a Deus uma importância que não lhe faria falta – um sobejo – não dá grande coisa. Pouco importa qual o montante em algarismos. Mas se alguém tira seu próprio sustento para o serviço de Deus, dá oferta que Cristo julga valiosíssima.
Que valiam os cinco réis da viúva? Nada. Mas o pão que ela deixou de comprar, para poder dar ao Senhor sua oferta, esse valia muito. Cristo ainda observa os fiéis, quando trazem ofertas, e a cada oferta atribui seu valor. Quanto maior falta nos fizer o que dedicamos ao Senhor, tanto mais valioso será para ele.
Foi a compreensão deste princípio que levou o rei Davi a exclamar: “eu não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada” (2 Sm 24.24).

1.     ORIENTAÇÃO APOSTÓLICA – 2 Co 9.1-15. Paulo orienta a igreja para o levantamento de uma coleta: v.5 “Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem d’antemão a vossa benção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não como avareza. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará.”

EXPOSIÇÃO

1.       O DÍZIMO – CONTRIBUIÇÃO DE ALEGRIA – V.7 “Cada um contribua segundo propôs em seu coração não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama o que dá com alegria”.
v.10 “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.
Da contribuição financeira depende nossa vida espiritual. Não é a igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que precisamos de trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende disso. Quem semeia pouco, pouco também ceifará. Ceifará o que? Dinheiro? Não: frutos de justiça. Veja o verso 10. Isto é, quando a oferta é grande os frutos da justiça se multiplicam na vida do ofertante. (Não se esqueça de que a medida de grandeza para a oferta é aquela dada por Cristo no caso da viúva pobre).
Deus ama ao que dá com alegria. Então, subornaremos Deus com dinheiro? Ou com dinheiro compraremos ingresso na Eternidade? Tolice. Quem é ingênuo a ponto de pensar que o Senhor da Glória, de quem é todo o ouro e toda a prata, se deixará mover pelo som do metal ou pelo tatalar de cédulas recém (e abundantemente) fabricadas? Mas Deus ama ao que dá com alegria. Não diz que Deus ama o que foi dado, mas a pessoa que deu. Deus ama ao que dá. Ao que dá com alegria. Não se refere à alegria um tanto astuta de não ser obrigado a dar mais, mas à alegria de ter podido dar tanto. Está para encontrar-se a pessoa que, dando com alegria, dá pouco.

2.       O DÍZIMO EM RELAÇÃO A CRISTO E MELQUIZEDEQUE
2.1.    Melquizedeque – Gênesis 14:18-20, Abraão dá o dízimo a Melquizedeque:  “E Melquizedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus altíssimo. E abençoou-o, e disse: bendito seja Abraão do Deus altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E (Abraão) deu-lhe o dízimo de tudo”.(Ed. Ver. E Corrigida de Almeida).
Quando foi que Abraão deu a Melquizedeque o dízimo de tudo? Sob a lei de Moisés? Claro que não. Abraão viveu pela fé e pela fé foi justificado. É o pai dos que crêem. Mas, pelo que parece, o dízimo fazia parte normal de suas relações com Deus, e ao encontrar um sacerdote legítimo deu-lhe o dízimo de tudo.
Hebreus 7, interpretação do sacerdócio de Melquizedeque: v.4 “Considerai pois quão grande era este a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.”
v.8 “E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém aquele de quem se testifica que vive.”

2.2. Cristo – v.17 “Porque dele (Cristo) assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquizedeque.”
O verso 4 mostra que no caso do dízimo de Abraão uma coisa é certa; a importância do sacerdócio de Melquizedeque. Este era o tipo de Cristo. Seu sacerdote era da ordem do sacerdócio de Cristo. Em Melquizedeque, quem realmente recebia o dízimo era a ordem sacerdotal que se alicerçava em Cristo, e da presença de Cristo derivava sua superioridade. Quem foi de fato honrado naquela ocasião tomou dízimo aquele de quem se testifica que vive. Ao dar o dízimo a Melquizedeque, Abraão não estava honrando o individuo historicamente obscuro, mas seu sacerdócio. E desse Sacerdócio Cristo é a consumação. Ao dar seus dízimos Abraão realmente honrava Cristo, sacerdote e rei eterno.

3.       VALIDADE PERMANENTE DO DÍZIMO – É certo que, mudando-se o sacerdócio, muda-se a lei. Mas nosso sacerdócio não foi mudado. Abraão deu dízimo a Melquizedeque, e nós somos representados diante de Deus pelo sacerdote eterno da ordem de Melquizedeque, Cristo. Portanto permanece o dízimo como parte de nossas relações com Ele.
Em Lucas 11.42, Jesus censura os escribas e os fariseus: “Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras”.
Não os censura por darem o dízimo, mas por julgarem que o dízimo substitui a base real das relações com Deus. Sem o amor de Deus o dízimo não somente é, inútil, mas pode tornar-se nocivo, criando na alma o sentimento de suficiência e satisfação enganosa que poderá perdê-la. É indispensável, como ponto de partida de nossas relações com Deus, uma regeneração. Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não devemos deixar de dar o dízimo. É o que Cristo diz. Malaquias 3.10. Deus manda trazer todos os dízimos à sua Casa.

4.       DÍZIMO – ATO DE FÉ – É claro que dízimo é ato de fé. A um povo empobrecido, cuja pobreza estava mal dividida, havendo alguns na opulência e muitos na miséria, Deus manda que, para começar, tragam o dízimo. Primeiro, mantimento na Casa do Senhor. Depois... , depois, esperar em Deus. O que ganhavam não lhes bastava para o sustento. Pois bem, então tirassem a décima parte e a trouxessem ao Senhor. Na casa deles não havia mantimento bastante e o Senhor queria mantimento na casa dele primeiro. Antes, era insuficiente. Agora, dizimada a insuficiência, ou Deus lhes daria mais ou passavam fome. Ou crêem na Palavra divina e trazem o dízimo, ou não crêem. Tinham de arriscar em Deus o próprio sustento. Matéria de fé em Deus, pura e simples.
Você me dirá que para algumas pessoas já o dízimo não é parte do sustento, mas sobra perfeitamente. Leve-os até a arca do tesouro, assente-os ao lado de Cristo para ouvirem a avaliação de Cristo. Mas trate de seu caso, meu leitor. O dízimo, para você é sacrifício? Seu ordenado é insuficiente? Há doenças em casa, ou parentes a sustentar? Pois então comece pelo dízimo, como ato de fé na providência divina. Leve os seus dízimos à igreja onde você adora a Deus.

5.       ADMINISTRAÇÃO DO DÍZIMO – Todos os dízimos à casa do tesouro. Era esta um anexo do Templo, aonde levavam dízimos e ofertas. Não se encontra na Bíblia uma categoria criada por nós: a do fiel que administra seu próprio dízimo. Todo o dízimo deve ser levado à Casa de Deus onde damos adoração. É parte dessa adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num hospital, nem escrevemos a oração para que a leiam num orfanato: damos a Deus adoração integral em sua casa. Nada impede que façamos outras ofertas além do dízimo e as destinemos às causas que nos comovem. Mas o dízimo é para manutenção do culto, e parte do culto que devemos a Deus. Ninguém pode ser cristão avulso. Se havemos de administrar o dízimo, administraremo-lo com nossos irmãos, na igreja, participando das assembléias e das eleições.

CONCLUSÃO

O dízimo, pois, é ato de fé, e parte do culto. Quando o pára-quedista salta no espaço, só poderá fazê-lo com o pára-quedas fechado. Este se abre depois, quando o corpo já se despenhou.
O homem que pretende abrir primeiro seu pára-quedas no avião, e saltar com ele aberto, terá de procurar outra profissão. Se você pretende ter relações com Deus, terá de confiar nele e em sua Palavra. Se não confiar, procure outro deus. O nosso exige fé da parte daqueles que o buscam. Pois meu leitor, aceite o convite de Deus para uma experiência: faça prova de Deus; comece a dar hoje mesmo todo o dízimo à sua igreja. Atire-se no espaço. É certo que nosso Deus é honesto e digno de confiança. Até ao dia presente não se conhece caso de pessoa que confiasse Nele e fosse por Ele abandonada.
E assim, trazido ao Senhor como expressão de fé em sua providência um dinheiro que para nós e nossa família é pão, vestuário e teto, mas que com alegria trazemos à Casa de Deus, adorando a Cristo, nosso sacerdote eterno – dízimo será para nós bênção, e não avareza.

PONTOS PRA DISCUTIR

1 – O que é importante em nossa oferta?
2 – Eu devo administrar o dízimo?
3 – O dízimo é imposto ou ato de culto?
Fonte: Lição 04  da Revista Educação Cristã volume IV - SOCEP – pág. 14 à 17

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