Mordomia do Corpo - Primeira Igreja Batista em Camocim-CE

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Mordomia do Corpo




TEMA → Mordomia Cristã
TÍTULO → Mordomia do Corpo
TEXTO → Salmos 139.14-16
TEXTOS ADICIONAIS → I Co 6.18-20; Rm 12.1,2


Quebra Gelo – O que eu mais aprecio em meu corpo é ...

INTRODUÇÃO
Os textos acima indicados revelam verdades básicas sobre a mordomia do corpo. Primeiro, aprendemos que Deus é o Criador, não somente da nossa alma, da nossa individualidade moral, mas também do nosso corpo. Deus não deu a vida apenas ao corpo de Adão, mas ele dá vida a cada corpo que nasce, como entende o salmista (Sl 139.14-16). Os seres humanos não são clones de Adão, mas cada ser humano é único e insubstituível no mundo e isso prova que Deus continua agindo, criando, por meio da reprodução humana, novos seres para povoar a terra. A segunda verdade básica da mordomia do corpo é que ele serve como habitação do nosso espírito e, portanto, como santuário do Espírito Santo, que habita junto com o nosso espírito. A terceira verdade básica na mordomia do corpo, segundo os textos indicados, é que nós não podemos usar o nosso corpo seguindo os desejos da nossa mente pecaminosa (“carne”), mas a nossa consciência de mordomia nos impõe a responsabilidade de cumprir a santa vontade de Deus no uso do nosso corpo. A quarta verdade básica dos nossos textos é que o corpo material, corruptível, que hoje temos, um dia será substituído por um novo corpo, eterno e glorioso, semelhante ao corpo celestial de Jesus (1 Jo 3.2).
NOSSO CORPO – UMA DÁDIVA DE DEUS
A matéria de que é feito o corpo humano, toda ela tirada da terra por meio de um maravilhoso processo de transformação que Deus mesmo estabeleceu, não é moralmente boa nem má. Bom ou mau é o uso que dela fazemos, conforme as decisões que tomamos. Cada um dos nossos sentidos e cada uma das partes do nosso corpo podem ser usados para o bem ou para o mal, de acordo com a nossa vontade. Os animais irracionais usam os seus corpos seguindo somente a força dos seus instintos.  O homem natural, como os animais, segue apenas os impulsos da sua natureza instintiva no uso do seu corpo. O cristão, porém, liberto da tirania do pecado (Rm 6.14), tem domínio sobre a sua vontade e pode usar todas as potencialidades do seu corpo para o bem, conforme o propósito e o julgamento de Deus. Uma vez que o nosso corpo obedece à nossa determinação, desde quando fomos lavados pelo sangue de Cristo, a força do instinto sexual não justifica, absolutamente, o adultério, nem a prostituição, nem relações sexuais antes do casamento, nem a homossexualidade, nem práticas sexuais aberrantes mesmo dentro de um matrimônio legalmente constituído.
UMA DÁDIVA INDIVISÍVEL
Cremos que Deus criou o ser humano com o propósito bem definido e esses propósitos não apenas justificam, mas exigem uma compreensão global da personalidade humana à luz dos ensinos e da pessoa de Jesus Cristo. Ao criar o homem como um ser espiritual dotado de um corpo físico, o propósito de Deus era que o homem fosse o mordomo da criação, relacionando-se com o universo físico por meio do seu corpo, o ser humano deveria administrar o mundo físico onde foi colocado por Deus para o “lavrar e guardar”. Pelo seu espírito, deveria relacionar-se com o Criador, não somente para que a obra da criação pudesse ter continuidade, mas para manter sua identidade com Deus. Com o seu corpo, o homem provaria das delícias da terra. Com o seu espírito, desfrutaria da glória do céu. Considere:
a)     O fato de o Verbo eterno ter assumido voluntariamente um corpo humano demonstra que a matéria não é essencialmente má. O mal reside na mente humana depravada pela rebelião contra Deus. Jesus não foi contaminado pela desobediência e seu corpo conservou a pureza moral até a cruz para validar o seu sacrifício expiatório.
b)     O conflito entre o querer, que Paulo lastima no capítulo 7 de Romanos, termina com uma doxologia: “Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor!” (v. 25a). A carne, não o corpo material, mas a mente carnal pecaminosa, inclina-se para as coisas da carne, não está sujeita à Lei de Deus, não pode agradar (adorar) a Deus, é prisioneira da morte. Mas o espírito, liberto, inclina-se para as coisas do Espírito, para a vida e a paz (Rm 8.1-14).
c)     A solução desse conflito, que pareceria deixar Paulo perplexo, está em Cristo. “Se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas” (2 Co 5.17). O novo homem, o homem nascido de novo, é uma personalidade nova, integralizada pelo Espírito Santo. Corpo e alma, ou corpo, alma e espírito, formam uma unidade dentro de um propósito único, o propósito de Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo, que desfez todas as ambigüidades no Getsêmane ao render totalmente a sua vontade humana à vontade do Pai.
d)     O homem natural é dominado pelo pecado, é escravo do pecado. O novo homem pode ser tentado pelo pecado, mas é servo de Cristo, que é a Palavra libertadora. Não há, portanto, um dissídio inconciliável entre a carne e o espírito do homem, mas ambos se somam, se ajustam e se completam no homem nascido de novo.  Agora, nós temos a mente de Cristo (1 Co 2.16), temos o domínio dos nossos impulsos volitivos (Gl 5.16), podemos glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 5.20), dedicando-o a Deus ( Rm 12.2). Essa unidade espírito/corpo, ou seja, essência/existência, será tanto mais perfeita quanto maior for, até a plenitude, o domínio do Espírito Santo sobre nós, no processo da nossa identificação com Cristo.
O que é mais importante: o espírito ou o corpo? Isso é o mesmo que perguntar: o que é mais importante: a cara ou a coroa de uma moeda? A cara dá autenticidade ao valor impresso na coroa e a coroa expressa a importância quantitativa da cara. O homem, enquanto no mundo, é um ser indivisível, como uma moeda. O espírito é a imagem de Deus, que autentica o valor eterno do ser humano, enquanto o corpo expressa concretamente a importância da sua individualidade. Para Deus, nosso espírito e nosso corpo têm o valor de uma unidade. Tão errado como hipervalorizar o corpo, a matéria, e depreciar o espírito, é desprezar o corpo, templo de Deus, e sobrelevar o espírito.
O pecado é uma atitude que envolve toda a personalidade: a mente, o sentimento, a vontade e o corpo, (Tg 1.14,15). A decisão de pecar se processa na mente e se consuma no corpo. Por isso, a salvação também alcança, muda, transforma a personalidade por inteiro. Obviamente, mudando o pensamento, os sentimentos e a direção da vontade, a conversão muda a conduta do corpo.
UMA DÁDIVA QUE HONRA O MORDOMO FIEL
O cristão deve sentir-se guardião de um templo santo, que é o seu próprio corpo. Templo, porque é morada do Espírito. Relicário, porque conserva uma riqueza maior do que o valor do mundo, a vida. Santo, porque tem um destino santo sobre a terra: administrar e desenvolver os valores do reino, servindo como elo de ligação entre o mundo criado e o seu criador.


A Bíblia diz: “Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). O centro dominante da vida - coração – determina o uso que faremos de cada um dos nossos sentidos e de cada uma das partes do nosso corpo. O que e
como vamos ouvir? Que palavras? Que músicas? O que e como vamos ver com nossos olhos – que pessoas? Que quadros? Que programas na TV? O que vamos tocar, que objetos, com que emoção e finalidade? O perfume que vamos sentir, o sabor do que vamos comer ou beber, tudo é determinado pelo coração. Se o coração estiver santificado e dominado pela presença do Espírito Santo, todos os nossos sentidos serão usados sempre e somente para a glória de Deus.
O mesmo podemos dizer sobre todas as partes do nosso corpo. Será sempre o coração que vai determinar para onde nos levam os nossos pés, o que faremos com as nossas mãos, enfim, que uso daremos a cada uma das partes do nosso corpo. Se o coração estiver santificado e dominado pelo Espírito Santo, todas as partes do corpo serão sempre e somente usadas para cumprir o propósito de Deus, para a glória de Deus e, portanto para a alegria do cristão, jamais para seu remorso ou vergonha. Esse uso de todas as faculdades e partes do corpo sob o controle do Espírito, mediante a iluminação da mente pela Palavra de Deus e para a glória de Deus, nada menos do que isso constitui a mordomia cristã do corpo.
UMA DÁDIVA PARA SER TRATADA COM ZELO
Faz parte da mordomia cristã zelar pela boa saúde do corpo. Por duas razões expressivas: a primeira, porque o propósito e tudo o que Deus providenciou para a nossa vida na terra, foi para que pudéssemos ter saúde, para podermos usufruir das belezas e das delícias da terra (Gn 2.8,9). Uma prova de que Deus nos quer saudáveis, são as curas que Jesus efetuou.
A segunda razão tem a ver com o serviço que prestamos a Deus: louvor, adoração, testemunho, beneficência. Com mais saúde, obviamente, a mesma pessoa pode ser mais eficiente em servir. Que cuidados merece o corpo do mordomo cristão? Vejamos:
1)   Alimentação saudável. Dentro de cada cultura, há fatores positivos e negativos para uma boa alimentação. O mordomo cristão deve procurar saber o que é realmente bom para sua saúde e da sua família, sem se deixar levar pela propaganda de produtos atraentes, de sabor agradável, mas sem valor nutritivo. Siga o exemplo de Daniel e seus amigos, que decidiram resistir às pressões e não se contaminar com as comidas e bebidas da Babilônia.
2)   A boa higiene do corpo, da casa, das roupas, ajudando a manter os agentes nocivos à saúde distantes de nós.
3)   Assistência médica preventiva – vacinas, por exemplo, que hoje são indispensáveis para a proteção da saúde; visitas periódicas aos médicos e dentistas; exames preventivos, ajudam a manter, não somente a saúde, mas também uma atitude favorável de elevado conceito do valor da vida.
4)   Proteção da saúde no lar é indispensável. Um mordomo cristão não pode expor ao perigo sua saúde e de sua família, por exemplo, guardando corrosivos ou venenos em vasilhames de refrigerantes ou em latas usadas de alimentos, deixando medicamentos ao alcance das crianças, amontoando panelas com alimentos quentes uma sobre as outras no fogão. Vejam só: quando um chefe de família, para trocar uma lâmpada, em vez de pegar uma escada, sobe num banquinho sobre uma caixa sobre a mesa, ele não pensa que amanhã, uma criança sem o mesmo senso de equilíbrio poderá tentar fazer o mesmo e provocar uma queda. A falta de cuidado no lar é uma das mais freqüentes causas de acidentes. No trabalho, o uso de mascaras, luvas, botas e cinto de proteção, quando necessário, ajuda a proteger a saúde e valorizar a vida.
5)   Descanso e lazer, convívio alegre com a família, passeio nos feriados, ajudam a manter a saúde porque aliviam as tensões que estão sempre sendo somatizadas nas mais diversas doenças.
CONCLUSÃO
Cuide da saúde do seu corpo. Ele pertence a Deus e deve ser usado de acordo com a vontade de Deus. Isso não significa que uma pessoa portadora de uma enfermidade ou deficiência física não possa servir a Deus. Claro que pode e muitos cristãos tem servido a Deus eficientemente, mesmo sofrendo. Paulo é um dos exemplos, como lemos em Gl 4.13,14. Zelo pelo seu corpo, demonstrando que você ama o Deus que o criou e porque um dia esse corpo será substituindo por outro corpo espiritual, imarcescível, glorioso, de natureza celestial, para que, naquele novo tabernáculo, você possa servir a Deus por toda a eternidade com o mesmo amor que serviu a Deus no corpo terrestre (1 Pedro 1.3, 4).

PERGUNTAS PARA REVISÃO
1.          Com que finalidade deu Deus um corpo físico ao ser humano?
2.          O que a carne causa conflito entre o espírito e a carne?
- Qual a solução real para esse conflito?
3.          Cite quatro fatores que interferem na saúde do corpo?



Fonte: SOBRINHO, João Falcão. Tudo é Vosso – 2013. Estudo 3 – Mordomia do Corpo, pag. 26 a 33.

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