TEMA → Mordomia
Cristã
TÍTULO → Mordomia do
Corpo
TEXTO → Salmos
139.14-16
TEXTOS ADICIONAIS → I Co 6.18-20;
Rm 12.1,2
Quebra Gelo – O
que eu mais aprecio em meu corpo é ...
INTRODUÇÃO
Os
textos acima indicados revelam verdades básicas sobre a mordomia do corpo.
Primeiro, aprendemos que Deus é o Criador, não somente da nossa alma, da nossa
individualidade moral, mas também do nosso corpo. Deus não deu a vida apenas ao
corpo de Adão, mas ele dá vida a cada corpo que nasce, como entende o salmista
(Sl 139.14-16). Os seres humanos não são clones de Adão, mas cada ser humano é
único e insubstituível no mundo e isso prova que Deus continua agindo, criando,
por meio da reprodução humana, novos seres para povoar a terra. A segunda
verdade básica da mordomia do corpo é que ele serve como habitação do nosso
espírito e, portanto, como santuário do Espírito Santo, que habita junto com o
nosso espírito. A terceira verdade básica na mordomia do corpo, segundo os
textos indicados, é que nós não podemos usar o nosso corpo seguindo os desejos
da nossa mente pecaminosa (“carne”), mas a nossa consciência de mordomia nos
impõe a responsabilidade de cumprir a santa vontade de Deus no uso do nosso
corpo. A quarta verdade básica dos nossos textos é que o corpo material,
corruptível, que hoje temos, um dia será substituído por um novo corpo, eterno
e glorioso, semelhante ao corpo celestial de Jesus (1 Jo 3.2).
NOSSO CORPO – UMA DÁDIVA DE DEUS
A matéria de que é
feito o corpo humano, toda ela tirada da terra por meio de um maravilhoso
processo de transformação que Deus mesmo estabeleceu, não é moralmente boa nem
má. Bom ou mau é o uso que dela fazemos, conforme as decisões que tomamos. Cada
um dos nossos sentidos e cada uma das partes do nosso corpo podem ser usados
para o bem ou para o mal, de acordo com a nossa vontade. Os animais irracionais
usam os seus corpos seguindo somente a força dos seus instintos. O homem natural, como os animais, segue apenas
os impulsos da sua natureza instintiva no uso do seu corpo. O cristão, porém,
liberto da tirania do pecado (Rm 6.14), tem domínio sobre a sua vontade e pode
usar todas as potencialidades do seu corpo para o bem, conforme o propósito e o
julgamento de Deus. Uma vez que o nosso corpo obedece à nossa determinação,
desde quando fomos lavados pelo sangue de Cristo, a força do instinto sexual
não justifica, absolutamente, o adultério, nem a prostituição, nem relações
sexuais antes do casamento, nem a homossexualidade, nem práticas sexuais
aberrantes mesmo dentro de um matrimônio legalmente constituído.
UMA DÁDIVA INDIVISÍVEL
Cremos
que Deus criou o ser humano com o propósito bem definido e esses propósitos não
apenas justificam, mas exigem uma compreensão global da personalidade humana à
luz dos ensinos e da pessoa de Jesus Cristo. Ao criar o homem como um ser
espiritual dotado de um corpo físico, o propósito de Deus era que o homem fosse
o mordomo da criação, relacionando-se com o universo físico por meio do seu
corpo, o ser humano deveria administrar o mundo físico onde foi colocado por
Deus para o “lavrar e guardar”. Pelo seu espírito, deveria relacionar-se com o
Criador, não somente para que a obra da criação pudesse ter continuidade, mas
para manter sua identidade com Deus. Com o seu corpo, o homem provaria das
delícias da terra. Com o seu espírito, desfrutaria da glória do céu. Considere:
a)
O
fato de o Verbo eterno ter assumido voluntariamente um corpo humano demonstra
que a matéria não é essencialmente má. O mal reside na mente humana depravada
pela rebelião contra Deus. Jesus não foi contaminado pela desobediência e seu
corpo conservou a pureza moral até a cruz para validar o seu sacrifício
expiatório.
b)
O
conflito entre o querer, que Paulo lastima no capítulo 7 de Romanos, termina
com uma doxologia: “Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor!” (v. 25a). A
carne, não o corpo material, mas a mente carnal pecaminosa, inclina-se para as
coisas da carne, não está sujeita à Lei de Deus, não pode agradar (adorar) a
Deus, é prisioneira da morte. Mas o espírito, liberto, inclina-se para as
coisas do Espírito, para a vida e a paz (Rm 8.1-14).
c)
A
solução desse conflito, que pareceria deixar Paulo perplexo, está em Cristo.
“Se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram; eis
que surgiram coisas novas” (2 Co 5.17). O novo homem, o homem nascido de novo,
é uma personalidade nova, integralizada pelo Espírito Santo. Corpo e alma, ou
corpo, alma e espírito, formam uma unidade dentro de um propósito único, o
propósito de Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo, que desfez todas as
ambigüidades no Getsêmane ao render totalmente a sua vontade humana à vontade
do Pai.
d)
O
homem natural é dominado pelo pecado, é escravo do pecado. O novo homem pode
ser tentado pelo pecado, mas é servo de Cristo, que é a Palavra libertadora.
Não há, portanto, um dissídio inconciliável entre a carne e o espírito do
homem, mas ambos se somam, se ajustam e se completam no homem nascido de novo. Agora, nós temos a mente de Cristo (1 Co
2.16), temos o domínio dos nossos impulsos volitivos (Gl 5.16), podemos
glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 5.20), dedicando-o a Deus ( Rm 12.2).
Essa unidade espírito/corpo, ou seja, essência/existência, será tanto mais
perfeita quanto maior for, até a plenitude, o domínio do Espírito Santo sobre
nós, no processo da nossa identificação com Cristo.
O que é mais
importante: o espírito ou o corpo? Isso é o mesmo que perguntar: o que é mais
importante: a cara ou a coroa de uma moeda? A cara dá autenticidade ao valor
impresso na coroa e a coroa expressa a importância quantitativa da cara. O
homem, enquanto no mundo, é um ser indivisível, como uma moeda. O espírito é a
imagem de Deus, que autentica o valor eterno do ser humano, enquanto o corpo expressa
concretamente a importância da sua individualidade. Para Deus, nosso espírito e
nosso corpo têm o valor de uma unidade. Tão errado como hipervalorizar o corpo,
a matéria, e depreciar o espírito, é desprezar o corpo, templo de Deus, e
sobrelevar o espírito.
O pecado é uma
atitude que envolve toda a personalidade: a mente, o sentimento, a vontade e o
corpo, (Tg 1.14,15). A decisão de pecar se processa na mente e se consuma no
corpo. Por isso, a salvação também alcança, muda, transforma a personalidade por
inteiro. Obviamente, mudando o pensamento, os sentimentos e a direção da
vontade, a conversão muda a conduta do corpo.
UMA DÁDIVA QUE HONRA O MORDOMO FIEL
O cristão deve
sentir-se guardião de um templo santo, que é o seu próprio corpo. Templo,
porque é morada do Espírito. Relicário, porque conserva uma riqueza maior do
que o valor do mundo, a vida. Santo, porque tem um destino santo sobre a terra:
administrar e desenvolver os valores do reino, servindo como elo de ligação
entre o mundo criado e o seu criador.
A Bíblia diz:
“Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da
vida” (Pv 4.23). O centro dominante da vida - coração – determina o uso que
faremos de cada um dos nossos sentidos e de cada uma das partes do nosso corpo.
O que e
como
vamos ouvir? Que palavras? Que músicas? O que e como vamos ver com nossos olhos
– que pessoas? Que quadros? Que programas na TV? O que vamos tocar, que
objetos, com que emoção e finalidade? O perfume que vamos sentir, o sabor do
que vamos comer ou beber, tudo é determinado pelo coração. Se o coração estiver
santificado e dominado pela presença do Espírito Santo, todos os nossos
sentidos serão usados sempre e somente para a glória de Deus.
O mesmo podemos
dizer sobre todas as partes do nosso corpo. Será sempre o coração que vai
determinar para onde nos levam os nossos pés, o que faremos com as nossas mãos,
enfim, que uso daremos a cada uma das partes do nosso corpo. Se o coração
estiver santificado e dominado pelo Espírito Santo, todas as partes do corpo
serão sempre e somente usadas para cumprir o propósito de Deus, para a glória
de Deus e, portanto para a alegria do cristão, jamais para seu remorso ou
vergonha. Esse uso de todas as faculdades e partes do corpo sob o controle do
Espírito, mediante a iluminação da mente pela Palavra de Deus e para a glória
de Deus, nada menos do que isso constitui a mordomia cristã do corpo.
UMA DÁDIVA PARA SER TRATADA COM ZELO
Faz parte da
mordomia cristã zelar pela boa saúde do corpo. Por duas razões expressivas: a
primeira, porque o propósito e tudo o que Deus providenciou para a nossa vida
na terra, foi para que pudéssemos ter saúde, para podermos usufruir das belezas
e das delícias da terra (Gn 2.8,9). Uma prova de que Deus nos quer saudáveis,
são as curas que Jesus efetuou.
A segunda razão
tem a ver com o serviço que prestamos a Deus: louvor, adoração, testemunho, beneficência.
Com mais saúde, obviamente, a mesma pessoa pode ser mais eficiente em servir.
Que cuidados merece o corpo do mordomo cristão? Vejamos:
1)
Alimentação
saudável. Dentro de cada cultura, há fatores positivos e negativos para uma boa
alimentação. O mordomo cristão deve procurar saber o que é realmente bom para
sua saúde e da sua família, sem se deixar levar pela propaganda de produtos
atraentes, de sabor agradável, mas sem valor nutritivo. Siga o exemplo de
Daniel e seus amigos, que decidiram resistir às pressões e não se contaminar
com as comidas e bebidas da Babilônia.
2)
A
boa higiene do corpo, da casa, das roupas, ajudando a manter os agentes nocivos
à saúde distantes de nós.
3)
Assistência
médica preventiva – vacinas, por exemplo, que hoje são indispensáveis para a
proteção da saúde; visitas periódicas aos médicos e dentistas; exames
preventivos, ajudam a manter, não somente a saúde, mas também uma atitude
favorável de elevado conceito do valor da vida.
4)
Proteção
da saúde no lar é indispensável. Um mordomo cristão não pode expor ao perigo
sua saúde e de sua família, por exemplo, guardando corrosivos ou venenos em
vasilhames de refrigerantes ou em latas usadas de alimentos, deixando
medicamentos ao alcance das crianças, amontoando panelas com alimentos quentes
uma sobre as outras no fogão. Vejam só: quando um chefe de família, para trocar
uma lâmpada, em vez de pegar uma escada, sobe num banquinho sobre uma caixa
sobre a mesa, ele não pensa que amanhã, uma criança sem o mesmo senso de
equilíbrio poderá tentar fazer o mesmo e provocar uma queda. A falta de cuidado
no lar é uma das mais freqüentes causas de acidentes. No trabalho, o uso de
mascaras, luvas, botas e cinto de proteção, quando necessário, ajuda a proteger
a saúde e valorizar a vida.
5)
Descanso
e lazer, convívio alegre com a família, passeio nos feriados, ajudam a manter a
saúde porque aliviam as tensões que estão sempre sendo somatizadas nas mais
diversas doenças.
CONCLUSÃO
Cuide da saúde do
seu corpo. Ele pertence a Deus e deve ser usado de acordo com a vontade de
Deus. Isso não significa que uma pessoa portadora de uma enfermidade ou
deficiência física não possa servir a Deus. Claro que pode e muitos cristãos
tem servido a Deus eficientemente, mesmo sofrendo. Paulo é um dos exemplos, como
lemos em Gl 4.13,14. Zelo pelo seu corpo, demonstrando que você ama o Deus que
o criou e porque um dia esse corpo será substituindo por outro corpo
espiritual, imarcescível, glorioso, de natureza celestial, para que, naquele
novo tabernáculo, você possa servir a Deus por toda a eternidade com o mesmo
amor que serviu a Deus no corpo terrestre (1 Pedro 1.3, 4).
PERGUNTAS PARA REVISÃO
1.
Com que finalidade
deu Deus um corpo físico ao ser humano?
2.
O que a carne
causa conflito entre o espírito e a carne?
- Qual a solução real para esse conflito?
3.
Cite quatro
fatores que interferem na saúde do corpo?
Fonte:
SOBRINHO, João Falcão. Tudo é Vosso – 2013. Estudo 3 – Mordomia do Corpo, pag. 26
a 33.
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