Mordomia do Pensamento - Primeira Igreja Batista em Camocim-CE

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Mordomia do Pensamento

TEMA →Mordomia Cristã
TÍTULO→Mordomia do Pensamento
TEXTO→Fp. 4.8; 1Co. 2.9-16


Quebra Gelo – Tenho ocupado minha mente com...

INTRODUÇÃO
Há uma diferença essencial entre a inteligência carnal, do homem natural e a “sabedoria e entendimento espiritual” (Cl 1.9) da nova criação em Cristo. “Nós temos a mente de Cristo”. Ter a mente de Cristo é pensar como Cristo e isso só é possível pra quem tem o Espírito de Cristo (Jo 16.13). A ciência tem investido muito tempo e recursos imensos a fim de desvendar os segredos da mente humana, mas muito pouco se sabe, na realidade, sobre como funciona o nosso cérebro. A única coisa que os cientistas comprovaram até agora é que a mente humana é algo maravilhoso. Não há limite para o número de palavras, imagens, sons, símbolos,sensações, que a nossa mente pode armazenar. Não há como calcular o número de combinações possíveis entre esses símbolos, nem a velocidade com que a mente humana é capaz de combiná-los. O pensamento pode se mover no tempo e no espaço de um modo incrivelmente rápido como nenhum computador jamais será possível de fazê-lo. E quando começamos a pensar naquilo que a mente humana pode fazer criando novos conceitos, formas, imagens, então a nossa admiração cresce sem medida. Podemos dividir a mente humana, para efeito do nosso estudo, em quatro fases distintas:
1ª Fase- A memória, o que é acumulado nos bilhões de neurônios do nosso cérebro;
2ª Fase- A análise, a avaliação dos dados armazenados na memória, o intercâmbio entre os símbolos digitados nos neurônios;
3ª Fase- A imaginação, ou fantasia, o que só existe internamente, sem relação formal com a realidade externa;
4ª Fase- A elaboração do pensamento, ou seja, a associação entre os dados da memória analisados e a imaginação, postos em ordem para serem aplicados à realidade externa, à vida. A mordomia cristã do pensamento abrange totalidade da mente, como veremos nos tópicos a seguir.       
MENTE SANTIFICADA
O salmista diz: “Escondi a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti’ (Sl 119.11). Esconder, aqui, é dar valor no íntimo, amar, deixar que a palavra penetre no profundo da alma, devido ao amor devotado ao seu Autor. Nossa mente é abastecida pelo significado de tudo que vemos, ouvimos e fazemos. Ouvir, ler, meditar, decorar, interpretar profeticamente na maneira de viver, é o meio pelo qual a Palavra de Deus penetra em nosso coração e limpa, purifica, santifica a nossa memória, dá-nos o discernimento espiritual da verdade, ajuda-nos a conduzir nossa imaginação, nossos sonhos e nossa vontade na direção da santidade do Autor da Palavra. “Como purificará o mancebo o seu caminho?”- pergunta o salmista, para responder em seguida: “observando-o em tua Palavra”. Pessoas que se queixam de não poderem controlar pensamentos de impureza, ira, cobiça, inveja, são pessoas que não procuram guardar a Palavra de Deus no coração. Guardar a Palavra de Deus no coração é mais do que decorá-la, o que já é bom, mas é afinar o seu pensar pelo pensar de Deus.
Num tempo de tanto misticismo como os dias em que estamos vivendo, acontecem os maiores absurdos no uso da Bíblia. Pessoas há que usam versículos da Bíblia escritos em papeizinhos como patuás, colocam a Bíblia debaixo do travesseiro ou aberta no meio da sala, de preferência no Salmo 91; fazem uma lista dos pecados cometidos e jogam a lista na fogueira ou a soltam para o céu em balões de gás. Nada disso corrige a vida impura, nada disso santifica a mente nem dá paz. A santidade da vida é o resultado da santidade da mente, que se adquire pelo conhecimento e prática da Palavra de Deus. Não há uma fórmula mágica, instantânea. É um processo longo, não raro penoso, pois fere nossa estrutura mental pecaminosa, mas é o único válido. Quanto mais saturada da Palavra de Deus estiver a sua mente, mais santa será a sua vida.
PENSAMENTOS DOMINADOS PELO AMOR
O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5), que nos foi dado quando da nossa conversão a Cristo, é o poder único para que a nossa mente pense os pensamentos de Deus. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude; e se há algum louvor, nisso pensai”, diz o  nosso texto básico. Vamos ler essa mesma mensagem do lado do avesso: “Tudo o que é mentira, tudo o que é desonesto, tudo o que é injusto, impuro, de má fama, se traz pecado ou condenação, NISSO NÃO PENSEIS”.
É possível controlar os pensamentos? A resposta é o amor. O amor de Deus e o a amor a Deus, primeiro. Depois, o amor ao próximo, no mesmo nível do amor a si mesmo. À medida que o nosso pensamento for dominado pelo amor de Deus, a nossa vida será uma vida dominada pela paz que excede a todo o entendimento (Fp 4.7). Isto significa que está além da nossa compreensão a natureza e a profundidade da paz que resulta de um pensamento dominado pelo amor. O amor pinça da memória os fatos ruins, mas analisa-os à luz do perdão, tanto do perdão de Deus para com os pecados que nós cometemos, como do nosso perdão aos pecados de outros contra nós. O amor torna impossível a gestação de fantasias malignas, de imaginação pecaminosa. O pensamento elaborado sob a tensão de um amor puro é sempre um pensamento construtivo. Produz paz e torna possível em nós a presença de Deus: “E o deus de paz será convosco” (Fp 4.9b).
PENSAMENTO DOMINADO PELA FÉ
A mordomia do pensamento nos leva a ultrapassar a barreira do conhecimento, por meio da fé. O homem natural só acredita naquilo que os seus sentidos físicos podem captar: “Se eu não vir o sinal dos cravos, se não tocar com o dedo o lugar dos cravos (...) de maneira nenhuma crerei” (Jo 20.25). Tomé precisa ver com os próprios olhos e tocar com os dedos alguma imagem, ou uma figura, um objeto material, um copo d’água, azeite escorrendo, para poder crer. Essa é a origem da idolatria tão condenada nas Escrituras. Mas a fé vê o invisível e espera pelo impossível (Hb 11.1). Dessa maneira, a fé abre a porta do infinito à nossa mente. Não estamos limitados às informações guardadas em nossa memória, mas o nosso pensamento pode avançar, pode se renovar (Rm 12.2), pode ousar sonhar com a vida eterna e saber que isso não é fantasia inoperante, mas esperança que antecipa a glória.
Existem componentes chamados placas, que podem aumentar a memória, a velocidade e as funções de um computador. A fé é como uma placa que amplia ao infinito o alcance da mente humana. Jesus prometeu: “O Consolador (...) vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26) e esse pleno conhecimento dos ensinos de Jesus é segredo da paz (v. 27). Quanto à avaliação dos dados da memória: “O que é espiritual discerne bem tudo” (1Co 2.15) e esse é o segredo da verdadeira sabedoria (v.13). Quanto à imaginação: “As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9) e

esse é o segredo do conhecimento das profundezas de Deus (v.10). Em relação à elaboração do pensamento: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é justo (intrinsecamente justo), tudo o que é puro, tudo o que é amável (aquilo de que se pode gostar sem culpa), tudo o que é de boa fama (aquilo de que só se pode falar bem), se há alguma virtude (alguma qualidade do caráter), se há algum louvor (algo que encante o espirito), nisso pensai”.
Cabe, aqui, uma advertência. O homem não é deus. Seu pensamento não produz fatos ou coisas sobrenaturais. As expressões “poder mental”, “mentalização”, “corrente de pensamento positivo”, “poder interior” e outras fórmulas esotéricas que atribuem à mente humana um poder sobrenatural que ela não possui, revelam a origem da tentação de que o casal primitivo foi vítima: “Sereis como Deus conhecendo o bem e o mal” (Gn 3.5b). No meio cristão, expressões como “oração poderosa”, “palavra de poder” e outras, têm um sentido esotérico e não cristão. O poder da fé não é um poder humano, como se o homem fosse um deus, mas é o poder da graça de Deus que responde à oração de fé, e não um poder humano.
MORDOMIA DAS ARTES E DA CIÊNCIA
Na mente do mordomo cristão há lugar para conhecimento de artes e ciências. Muitos cientistas e artistas têm sido cristãos piedosos. Não há incompatibilidade entre a ciência e a fé cristã. A verdadeira fé amplia as possibilidades do uso da verdadeira ciência e a verdadeira ciência amplia o potencial da fé. Um cientista que tenha profundos conhecimentos sobre o espaço cósmico terá uma visão mais clara de que “os céus declaram a glória de Deus”. Um zoólogo pode entender com maior clareza o que a Bíblia diz sobre cada animal poder se reproduzir “segundo a sua espécie”. Por outro lado, um artista cristão sempre terá maior motivação para desenvolver a sua arte, pois além de possuir talento, ele confia na graça de Deus e busca a glória de Deus.
Há uma diferença: o cientista ateu vai até o possível, até o verificável. O cientista cristão segue em frente, pois “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das que se não veem” (Hb 11.1). Se Moisés fosse um cientista ateu, ele mandaria calcular a profundidade do mar, a distância a percorrer e diria: “Estamos perdidos”. Moisés era um homem de inteligência e cultura, mas era um homem de fé. “Então Moisés estendeu o seu bordão sobre o mar e o Senhor fez o mar retirar-se por um forte vento oriental” (Ex 14.21).Para o mordomo cristão, as ciências, todas elas, e as artes todas também, estão a serviço da humanidade, para a glória de Deus. Como seria maravilhoso se os jovens das nossas igrejas sentissem um chamado de Deus para estudarem com afinco a fim de se tornarem cientistas cristãos. Como seria também maravilhoso se os nossos jovens de talento estudassem e desenvolvessem as suas artes para a glória de Deus.
O MORDOMO CRISTÃO NA ERA VIRTUAL
O uso do computador e a navegação pela internet criaram horizontes ilimitados para o pensamento humano. Hoje você tem grande parte da cultura e do conhecimento de toda a humanidade ao alcance de um toque dos seus dedos no seu computador ou celular. O que pode ser extremamente vantajoso para o conhecimento, pode também ser perigoso para a mente. O mordomo cristão tem domínio sobre sua mente e sobre o uso que faz do seu computador e celular. Ele não se deixa dominar pelo vício dos games, nem sai dos limites do tempo razoável para navegar na internet e muito menos frequenta sites com imagens pornográficas, nem dedica seu precioso tempo para navegar por páginas de relacionamentos que nada acrescentam aos seus conhecimentos, nem à sua vida moral. Ele não se torna escravo do mundo virtual, antes mantém o domínio do que pode e deseja acessar. A mente do mordomo cristão domina o mundo ao seu alcance, não é dominada por ele.
CONCLUSÃO
Há um aspecto da mordomia do pensamento que tem sido pouco abordado nos livros e revistas sobre mordomia. Trata-se do dever de cada cristão, de estudar e crescer intelectualmente, para poder servir a Deus com maior desenvoltura e eficiência. Que cada leitor deste estudo possa tomar a decisão de ler mais, de estudar mais e adquirir mais conhecimento para glorificara Deus em um degrau cada vez mais alto na escalada da sua vida. Se um crente pode aplicar sua mente ao estudo e crescer intelectualmente e não faz, não está sendo um bom mordomo do seu pensamento, além de facilitar o ataque de enfermidades como Alzheimer e outras doenças degenerativas do cérebro. Cuide da saúde do seu cérebro lendo mais, estudando mais, exigindo mais da sua mente.

PERGUNTAS PARA REVISÃO DO ESTUDO
1.       Quais as áreas em que se processa o pensamento humano?
2.       Quem é o agente de Deus para santificar a mente humana e enriquecê-la com o conhecimento da verdade e o domínio do amor?
3.       A mente dos salvos deve projetar a mente de_____
Por quê?
                     

Fonte: SOBRINHO, João Falcão. Tudo é Vosso –2013. Estudo 5 – Mordomia do Pensamento, pag.42 a 49.

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